Síndrome de Resistência de Vias Aereas

SÍNDROME DE RESISTÊNCIA DE VIAS AÉREAS SUPERIORES (SRVAS)

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A síndrome resulta de um aumento da resistência da via aérea superior durante o sono e caracteriza-se pelo aparecimento durante a noite de microdespertares, provocando uma fragmentação do sono, secundários a episódios repetidos de aumento do esforço respiratório durante o sono.
Esta síndrome traduz-se por uma obstrução das vias aéreas superiores (VAS) insuficiente para criar apnéias francas, hipopnéias e dessaturações (queda na oxigenação do sangue), mas suficiente para perturbar a microestrutura do sono e aumentar o esforço respiratório. Ou seja, caracteriza-se por uma fragmentação da microestrutura do sono secundária a episódios de luta inspiratória, progressivamente aumentada contra uma obstrução parcial das VAS.
Os microdespertares nocturnos são responsáveis pela desorganização do sono e aparecimento de hipersonolência diurna.
Não existe um “perfil tipo” de um doente com SRVAS, mas usualmente apresentam roncopatia associada a percepção de sono fragmentado, insônia, sonhos vívidos e por vezes parassonias.

Alguns consideram a SRVAS como parte de um espectro que inclui o ronco benigno, a hipopnéia obstrutiva, a apnéia do sono e a hipoventilação. Outros consideram a SRVAS como uma entidade distinta, uma vez que apresenta algumas diferenças na apresentação clínica e diferentes aspectos da fisiopatologia. Além disso, a progressão da SRVAS para a Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é questionável, e não existem dados de seguimento que demonstrem a evolução desta condição.

As queixas diurnas incluem sonolência, fadiga, ansiedade, mialgias, dificuldades cognitivas, cefaleias, tonturas e impotência sexual, perfil clínico com aspectos similares aos da Síndrome de Apnéia e Hipopnéia do Sono (SAHOS) e a síndromas funcionais somáticas (fibromialgia, síndroma de fadiga crónica).
A perda de peso, o CPAP, as próteses bucais são todas modalidades terapêuticas viáveis em doentes com SRAVAS, que têm merecido ultimamente mais destaque pela literatura.

Até o momento, a CPAP é o tratamento mais utilizado, com eficácia comprovada: O tratamento com CPAP com pressões baixas reduz o índice de despertares.
Não obstante da ausência de apnéias e hipopnéias, estes pacientes, que meramente parecem requerer um esforço acrescido para manter o fluxo de ar, têm despertares, sintomas e resposta ao tratamento com CPAP muito semelhantes aos doentes com apneia do sono.

FONTE: http://www.sonocare.pt/informacao_clinica.html